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Zeus - parte 3

Foto do escritor: Fátima MartiniFátima Martini

Atualizado: 1 de ago. de 2023

Longe do casamento, Zeus se uniu a outras incontáveis mulheres: imortais, semideusas e mortais, que lhes deram inúmeros filhos, alguns heróis, outros transformados em deuses ou semideuses. Mas, pode-se afirmar que de nenhuma ou de qualquer filho Zeus se esqueceu. Todos foram transformados em deuses ou semideuses, enquanto outros ficaram conhecidos por seu heroísmo.

Hermes nasceu da união com Maia e o alegre deus Dioniso nasceu de Sêmele.

Com a irmã, Deméter, Zeus gerou Perséfone e da união com Leto nasceram os imortais: Apolo e Ártemis.

Com Mnemósina, de formosos cabelos, Zeus gerou as nove Musas, que nasceram para louvar os grandes feitos dos seres divinos: Clio, Euterpe, Tália, Melpômene, Terpsícore, Érato, Polímnia, Urânia e Calíope. (HESÍODO, 77-79, 2013, p.35-37)

Héracles nasceu do amor por Alcmena, esposa de Anfitrião.

De Leda, nasceram Helena e Pólux, irmãos de Castor e Clitemnestra, filhos de Tíndaro, rei de Esparta.

Europa após ser raptada teve três filhos: Radamanto, Eaco e Minos.

De Io, transformada em novilha, nasceu Épafo do sêmen de Zeus.

Árcade é o nome do filho de Calisto[1].

Com a mortal Dânae, Zeus gerou Perseu, o heroico neto de Acrísio.

E de Antíope nasceu Anfión, irmão gêmeo de Zeto, filho de Epopeu[2].

René BOYVIN (ca. 1525-1598 ou 1625/6) após Luca PENNI (1500-1557), Júpiter e Antíope, 1550/1559. Gravura, 162×286. Art Institute of Chicago, Chicago, EUA.


A gravura Júpiter e Antíope executada por René BOYVIN (ca. 1525-1598 ou 1625/6) e baseada na obra maneirista do italiano Luca PENNI (1500-1557) ilustra a história mitológica dos amantes.

As cenas mitológicas deram aos alunos e artistas da Escola de Fontainebleau uma desculpa para retratar figuras nuas sem medo de repercussões negativas.

Antíope descansa em uma pose clássica, apoiada em seu braço direito. Ao seu lado no chão, o menino alado representado como eros – o desejo – acompanhado do arco e flechas, segura o dedo de sua mão direita. Nesse instante Zeus travestido de sátiro, gesticula e avisa-o para não a acordar. A mão esquerda pousa sobre uma das pernas de Antíope, deixando claro sua intenção. A forma graciosa da jovem e os músculos acentuados da figura masculina fazem parte do estilo desenvolvido na Escola de Fontainebleau.

Existem semelhantes versões sobre a história de Antíope, descrita por Apolodoro, Higino (Fábulas VII), Pausânias, Ovídio e outra que Higino se refere a Marcus Pacuuius antes de Eurípedes (Fábulas, VIII, 1, 2008, p. 49)

Antíope era filha de Nicteo, rei de Tebas. De acordo com Apolodoro (III, 5,5, 2016, p. 162-163) a jovem fez amor com Zeus[3] e para fugir das ameaças do seu pai, fugiu para Sición[4] junto à Epopeu, com quem se casou.

Nicteo, abatido, se matou, encomendando a Lico, seu irmão, castigar o casal. Chegando a Sición, Lico matou Epopeu e levou a jovem cativa. Durante o retorno, Antíope deu à luz dois filhos e os abandonou aos cuidados de um pastor, chamando a um de Zeto e a outro de Anfión.


 

[1] Filha de Licáon, da Arcádia, Calisto foi metamorfoseada em ursa por Hera. [2] Segundo Higino (Fábulas, VII e VIII, p. 49) e Apolodoro (III, 5,5, p. 162-163)

[3] Em Ovídio, Zeus está disfarçado na figura de um sátiro (VI, 110-111, 2017, p. 323) [4] Antiga cidade da Grécia, Sición estava localizada no norte do Peloponeso, perto do Golfo de Corinto.


REFERÊNCIAS

APOLODORO. Biblioteca Mitológica. Tradução Julia García Moreno. Madrid, Espanha: Alianza Editorial, 2016. 340 p.

ART INSTITUTE OF CHICAGO, Chicago, EUA.

HESÍODO. Teogonia. Organização e tradução Christian Werner. São Paulo: Hedra, 2013. 103p.

HIGINO, C. J. Fábulas e Astronomia. Tradução Guadalupe Morcillo Exposito. Madrid, Espanha: Ediciones Akal, 2008. 359 p.

HINOS DE CALÍMACO. In: WERNER, Erika. Os hinos de Calímaco: poesia e poética. São Paulo: Humanitas, 2012. 464 p. p. 223-268.

MARTINI, Fátima Sans. Virgem Ártemis: protetora e implacável. Revista Interdisciplinar. Art&Sensorium, Curitiba, v.5, n.2, p. 073 – 092 Jul. - Dez. 2018.

MARTINI, Fátima Sans. Belo Apolo: apaixonado e vingativo. Interfaces da Educação., Paranaíba, v.9, n.25, p. 423-451, 2018.

OVIDIO. Metamorfoses. Tradução Domingos Lucas Dias. São Paulo: Editora 34, 2017.909 p.


1 Comment


Mel Senhorini
Mel Senhorini
Aug 05, 2023

Adoro mitologia!

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